terça-feira, 1 de março de 2011

Violência – Causas e Consequências

Desigualdades sociais extremadas com uma cultura altamente consumista, é igual a uma sociedade com elevados índices de violência e corrupção.



A matéria não pode nos causar espanto, é assunto corriqueiro. Todos os dias notícias semelhantes são publicadas Brasil a fora.
GAROTO DE 15 ANOS INVESTIGADO POR 20 MORTES EM SALVADOR”
 
Isso tudo é compreensivo, porém; o fato não pode justificar qualquer crime, mas entender que a utilização do sistema penal, polícia, prisões, etc... Para combater a violência não pode ter um efeito senão superficial, pouco eficaz, diminuto, na melhor das hipóteses (pois talvez ela até agrave o problema, dado o caráter seletivo desse mesmo sistema, que reforça a estrutura de concentração/exclusão). É preciso, pois, atacar a questão em suas causas.
 
Cremos e vemos que a maioria dos crimes é motivada pela busca do supérfluo, e não somente por necessidades básicas de sobrevivência. Isso se torna ainda mais verdadeiro à medida que o consumo do supérfluo se torna crescentemente vital à constituição da identidade social do indivíduo. Quanto mais consumista e desigual for uma sociedade, portanto, maior será o incentivo à criminalidade: se é preciso consumir bens caros para ter valor, poder e Status Sociedade (e inclusive para reconhecer a si mesmo como alguém de valor, a chamada alto estima), a enorme massa de pessoas excluída economicamente dessa possibilidade ficará fortemente tentada a procurar a via da violência – e da corrupção, umas de suas formas mais perversas – para conseguir obter os bens que lhe farão ser e sentir-se incluída segundo os padrões do sistema social hegemônico.
 
Não seremos hipócritas em dizer que não vou chamar a polícia se acaso eu for roubado. Temos plena convicção, isso não resolve o problema, ainda que prendam o malfeitor, outros crimes acontecerão. Acreditar que o sistema penal, assim como defendem lideranças políticas e empresarial da região oeste da Bahia, por exemplo, (seria ingenuidade ou má intenção?) é como supor que se pode fazer cessar uma enorme hemorragia usando-se um bandaid… Parece-nos falsa a ideia de que a grande causa da violência seja a impunidade: a da corrupção, dos crimes de colarinho branco, pode até ser, sim. 
 
Porém, para outros crimes, não, porque o fato é que muitos sabem até do alto risco de acabar morrendo – com tiro de um concorrente ou de policial – ao optar pela vida criminosa, tem ciência, em certos casos, que provavelmente terão uma vida curta… Lembrem-se do documentário Falcão: meninos do tráfico, no qual um menino traficante de drogas afirma: “Se morrer, nasce outro que nem eu, pior ou melhor. Se morrer, vou descansar“. Pondero, “o problema não só de impunidade…”.
 
É preciso, ir às raízes, pararmos de lutar com os galhos. Combater a concentração de oportunidades, poder e riquezas, garantir iguais direitos a todos, e construir uma nova cultura, alternativa ao consumismo hegemônico.
 
O que vemos é uma juventude perdida, onde ao invés de estarem curtindo um lazer agradável em uma praça, fazendo música, ou qualquer outra forma de lazer, o que lhes é ofertado como opção é o boteco, as drogas, eventos alienantes financiados com verbas públicas.
 
O nosso ensino escolar está destroçado, a cultura é pouco difundida, o lazer inexiste em nossa região.
 
Outra questão também, refere às baixas remunerações, uma mãe (só para exemplificar), que trabalha como doméstica, muitas vezes limpa quadros, vasos e utensílios que ela jamais ousa sonhar em possuir, tamanho é o valor dos objetos. Isso tudo é uma constatação importante, uma vez que isso, cremos é grave, pois muitos filhos ao perceberem tal situação, também veem que no tráfico de drogas ou na prostituição os seus proventos podem ser muito superiores.

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