São Paulo e outras grandes cidades do Brasil não
aguentam dias seguidos de transtorno e atos de vandalismo, com cenas de
depredação e destruição do patrimônio público e privado, sem contar as 5, 6
horas que as pessoas têm gastado para voltar para casa em dias de manifestação.
Logo a polícia não verá alternativa a não ser voltar a endurecer contra os
manifestantes. Discurso já transparece nos grandes jornais. "PM tarda a
agir", diz a Folha. Em todos os atos públicos recentes realizados nas
grandes cidades até o momento, um pequeno grupo se aproveita da oportunidade de
manifestação pacífica para depredar, saquear lojas, queimar carros e ônibus e
pichar prédios históricos. São dias seguidos assistindo a essas tristes cenas de
vandalismo, sem contar o transtorno natural causado aos moradores, que, no caso
de São Paulo, têm demorado, em alguns casos, cinco ou até seis horas para
chegar em casa.
Na capital paulista, depois de um protesto
reprimido com todas as forças pela Polícia Militar com direito a tiros de
borracha e bombas disparados na direção da imprensa e prisões de pessoas que
portavam vinagres, na quinta-feira passada foi feito um acordo com os líderes
do Movimento Passe Livre e o ato da última segunda-feira foi o exemplo de
manifestação pacífica. Mas não tardará para que volte o discurso da ordem. Em
outras palavras, o lema "paz e amor" da polícia não irá durar.
Para a destruição do prédio da Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro, a estimativa de prejuízo é de cerca de R$ 2
milhões. A empresa de ônibus Carris, de Porto Alegre, estimou prejuízo de R$
600 mil pela destruição de apenas um ônibus queimado, que tinha acesso a
cadeirantes e ar-condicionado. Outros cinco veículos da companhia ficaram
quebrados. Isso sem contar as vidraças de tantos prédios e as paredes que terão
de ser pintadas por conta das pichações.
Mas "as vozes da rua", como disse a
presidente Dilma Rousseff em discurso nesta terça-feira (18/jun), não devem se calar tão
cedo, tamanha a insatisfação dos jovens com tantos problemas no Brasil, num
momento em que o País se destaca internacionalmente, por conta da Copa das
Confederações e do Mundo, e por terem permanecido tanto tempo caladas. "O
gigante acordou", escrevem nas redes sociais e nos cartazes.
O discurso da ordem também já transparece nos
grandes jornais. "PM tarda a agir", diz a manchete principal da Folha
de S.Paulo na edição desta quarta-feira 19, depois de a cidade ter registrado,
na noite passada, um duro ataque ao prédio da Prefeitura, saques, depredações e
o incêndio a um carro da TV Record. Em breve, os agentes do Choque e suas balas
de borracha, retirados da rua pelo secretário de Segurança Pública do Estado,
Fernando Grella, estarão de volta.