Em meio ao furor em torno da espionagem na
internet, a administração de Barack Obama divulgou na sexta-feira dois documentos segundo os quais a Agência Nacional dos Estados Unidos espiona 1,6%
do tráfego online e seleciona 0,0004% do total para análises. Achou pouco? Não
é: representa 1,826 petabyte de conteúdo.
Para minimizar o impacto, a NSA diz que se todo o
tráfego mundial na internet correspondesse a uma quadra de basquete, sua coleta
representaria algo menor do que uma moeda de 10 centavos. Embora o objetivo
seja tranquilizar a população sobre os programas de vigilância, os documentos
não comentam a suposta participação de empresas no compartilhamento de dados.
A NSA afirma que os sistemas de espionagem foram
aprimorados para preencher lacunas deixadas pelo trabalho de inteligência
destinado à prevenção de ataques depois dos atentados de 11 de setembro. A
agência informa que em 2009 seus esforços evitaram um atentado a bomba no metrô
de Nova York.
Em outro documento, o Departamento de Justiça
revela a base jurídica para a coleta legal de dados de telecomunicações, tais
como números discados, horários das ligações e a duração de chamadas. Neste
caso, o governo também relaciona o monitoramento a questões de segurança
nacional para se antecipar a eventuais ataques terroristas.
A revelação dos documentos faz parte da promessa
de Barack Obama de aumentar a transparência dos programas de vigilância depois
das revelações do ex-técnico da CIA Edward Snowden. Na sexta-feira, o
presidente disse que a legislação não permitirá que todos os registros
telefônicos de cidadãos sejam livremente acessados, sem qualquer prestação de
contas.
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