Presidente Dilma se reuniu durante duas horas com o
ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, para avaliar as manifestações que
ocorrem em todo o Brasil; avaliação é de que o governo continua assustado com
os protestos, mas não pretende cancelar qualquer evento já programado,
garantindo que o País tem condições para promover com segurança a Copa das
Confederações, a visita do Papa no mês que vem e a Copa do Mundo em 2014;
presidente Dilma decidiu se manifestar ainda hoje
O governo não pretende cancelar qualquer evento já
marcado no País nos próximos anos. A presidente Dilma Rousseff se reuniu por
duas horas nesta manhã com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para
discutir os protestos que acontecem em todo o Brasil. A avaliação é de que o
governo continua assustado com as manifestações, mas garante que o País tem
condições de promover com segurança a Copa das Confederações, a visita do Papa
em julho, para a Jornada Mundial da Juventude, e a Copa do Mundo, em 2014.
A presidente, que chegou ao Planalto às 9h15, também se reuniu nesta sexta-feira com o ministro da Educação e braço direito, Aloizio Mercadante, e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Outras reuniões devem acontecer ao longo do dia. À tarde, a presidente tem em sua agenda a visita de Dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A pauta deve ser a visita do Papa para a JMJ, no Rio de Janeiro.
Leia abaixo reportagem do 247 sobre a decisão de
Dilma de se manifestar ainda hoje:
Dilma falará à Nação hoje
A presidente Dilma Rousseff acaba de tomar a
decisão de falar à Nação sobre os acontecimentos de ontem, em várias cidades do
Brasil. Reunida com seu núcleo duro, em Brasília, que inclui os ministros José
Eduardo Cardozo, da Justiça, e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, ela já decidiu
que irá se pronunciar, com veemência, em defesa da democracia, mas também da
ordem, rechaçando de forma contundente todos os atos de violência.
Ela, que acompanhou tudo pela televisão ontem à
noite, ficou especialmente assustada com o vandalismo em Brasília, onde o
Palácio do Itamaraty, obra-prima da arquitetura mundial, foi atacado, e no Rio
de Janeiro, onde houve tentativa de invasão à prefeitura e um repórter da
GloboNews, Pedro Vedova, foi atingido com uma bala de borracha na testa.
Ainda não há consenso sobre a forma do
pronunciamento. Há quem defenda uma fala em cadeia nacional de rádio e
televisão, às 20h. No entanto, a mensagem talvez seja transmitida de forma
menos formal, numa entrevista ainda hoje no Palácio do Planalto.
Também assustados com a violência, os integrantes
do Movimento Passe Livre anunciaram que não convocarão mais protestos para a
cidade de São Paulo.
Abaixo, noticiário da Reuters, sobre decisão do
MPL:
MPL anuncia que não convocará novos protestos em
São Paulo
SÃO PAULO, 21 Jun (Reuters) - O Movimento Passe
Livre (MPL), que deu partida a uma série de manifestações em diversas cidades
brasileiras pela redução da tarifa do transporte público, informou nesta
sexta-feira que por ora não convocará mais protestos em São Paulo.
A onda de protestos no país, que começou há cerca
de duas semanas, teve seu ápice na quinta-feira, quando estima-se que mais de 1
milhão de pessoas foram às ruas de dezenas de municípios, mesmo após a
reivindicação inicial pela queda das passagens ter sido atendida em diversas
cidades.
"O MPL aqui em São Paulo não vai mais convocar
os protestos. Pelo menos por enquanto, não tem nenhuma previsão de novas
manifestações", disse o bancário e militante do MPL, Douglas Belome, à
Reuters, por telefone.
Os atos de violência se agravaram em várias
localidades. Em Brasília, manifestantes --que agora pedem uma extensa pauta que
vai de melhoria dos serviços públicos à crítica pelos gastos para realização da
Copa do Mundo no país-- chegaram a invadir e atear fogo ao Palácio do
Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.
Muitos dos manifestantes, em sua maioria jovens,
têm se posicionado contra a participação de partidos políticos nas passeatas.
Em algumas cidades, como São Paulo, a presença de legendas acirrou os ânimos de
grupos que estavam nas ruas.
"Com relação ao que aconteceu ontem
(quinta-feira), a gente ficou particularmente triste, porque entendeu que
muitas das pessoas ligadas a partidos que estavam presentes estavam na luta com
a gente desde o início, e algumas chegaram a ser acusadas de oportunistas e
estavam sofrendo e vibrando com a gente desde o início, lutando pela mesma
causa", afirmou o militante do MPL.
"O MPL se coloca como apartidário, mas insiste
que não é antipartidário", acrescentou Belome.
A presidente Dilma Rousseff cancelou viagens
previstas para os próximos dias, inclusive uma internacional ao Japão, diante
do agravamento dos protestos em todo o país. Nesta manhã, Dilma marcou reunião
de emergência com diversos ministros para tratar do assunto. (Por Silvio
Cascione)
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