Nunca
na história de nossos políticos enfrentou-se uma pressão social tão genuína,
tão intensa e tão espontânea quanto o Movimento Passe Livre.
Nossos
políticos se acostumaram à vida mansa proporcionada por mimos, mentiras e
tiranias imensuráveis. A folga acabou! Se não é bom para políticos
profissionais, para o Brasil é.
Sem
indignação, sem mobilização, sem protesto você não consegue nada. Teríamos que
nos conformar com a baixa velocidade produtiva de nossos parlamentares e
governantes nas reformas sociais que mitiguem a vergonhosa desigualdade entre
os brasileiros.
A
cada lista internacional de desenvolvimento social, lá está o Brasil em
colocações medíocres, abaixo mesmo de vizinhos latino-americanos com economias
michas se comparadas as nossas.
Nossos
políticos se abarrotaram de falas fúteis e caluniosas com setores que combatem o
atraso social. O que fazem são somente promessas, como por exemplo, uma feita
em pleno período eleitoral de que se seu candidato fosse eleito teríamos muita
festa e animação com a banda soteropolitana “Chiclete com Banana”.
O
que o Movimento Passe Livre fala não é de fajutice retrógrada de
pseudomovimentos como o “Cansei” e coisas do gênero, ele fala de ir, vir e
poder ficar, grita por melhor educação, abomina a corrupção, brada por saúde,
ou seja; vida e vida em abundância e dignidade. O Movimento Passe Livre, já
conhecido por MPL fala de coisas reais! Fala de insatisfação muito além, das
tarifas de ônibus, embora se expressem por elas.
Não
é um grupo de esquerda, de direita de centro ou anarquista, apesar de agregar
em seus quadros as diversas tendências e facções possíveis.
A
grande mídia está dando destaque agora porque, presumivelmente, acha que pode
fixar na juventude e no eleitorado, especialmente os paulistanos, a ideia de
que fulano ou cicrano é melhor ou pior do que outro.
Tudo
isso, toda essa insatisfação e o debate gerado é extremamente positivo, pois
tira nossas elites e políticos oportunistas que para votar os 10% para educação
encontram milhares de desculpas esfarrapadas e um legalismo exacerbado, mas se
for para votar mais privilégios, mordomias e tetos salariais para si e seus
afilhados políticos não encontram as menores dificuldades.
Com
tanto descaso e insensibilidade social, tinha que dar no que deu: a voz rouca
das ruas seja branca ou vermelha, negra ou amarela, parda ou o que for, tem um
limite de paciência. E ela se esgotou. O movimento Passe Livre e toda a
sociedade excluída e esquecida pede para que se acelere, e muito, o pedal das
reformas sociais necessárias.
Luís Carlos Nunes
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